segunda-feira, 28 de setembro de 2009

As Ervas de Poder

Relutei muito em publicar este artigo. A razão principal foi por temor de ser mal interpretado, principalmente no Brasil, onde, em minha opinião, os últimos tempos tem se caracterizado por censura velada e hipocrisia.

Não me considero um místico, no sentido de que um místico crê na existência de certas dimensões ou de criaturas intangíveis. Não quero de forma nenhuma entrar no mérito da existência ou não destes paraísos, nirvanas, planos espirituais, Valhallas, ou qualquer outro ser ou lugar que a literatura mística afirma que existe. Tenho uma definição própria de mim mesmo como uma pessoa em eterna experimentação, pois vivo testando de tudo. Quem sabe um dia eu chego à conclusão de que isto tudo seja uma tremenda bobagem, ou então, para júbilo dos crentes, seja a mais pura verdade.

Me baseio na afirmação de que “Yo no creo em brujas pero que han...” ou seja, eu não creio em bruxas, mas que elas existem, existem. Gosto muito de estudar o assunto, por razões que não sei ou não quero explicar. Talvez, no íntimo eu queira mesmo acreditar que tais coisas existem, mas até agora não obtive nenhuma prova, razão de minha eterna busca. Às vezes me dou bem, às vezes quebro a cara, mas sempre vejo como parte de meu aprendizado.

Normalmente, um místico procura ter contato com estas dimensões ou seres, através de diversas técnicas, sejam elas meditação, seja com o uso da chamada mediunidade, ou seja utilizando-se de coadjuvantes químicos para auxiliar neste contato e até mesmo se suicidando, como no caso de uma seita que, anos atrás todos os seus membros resolveram se suicidar com o intuito de se encontrar com seres extra terrestres que viviam em um plano divino, cuja nave estaria se aproximando de nosso planeta, cada louco com sua respeitável loucura.

Neste artigo vou abordar algumas técnicas muito antigas de encontro com o divino através do uso de certos vegetais.

Não estou falando destas drogas que conhecemos por aí, tipo maconha, cocaína, LSD e outros lixos, que conseguem apenas nos trazer sensações benignas de poderes artificiais e tem como principal sentido, nos escravizar e nos controlar para sempre, além de abastecer a criminalidade, a corrupção e quase todas as mazelas modernas de nossa sociedade, com dinheiro imundo vindo da mão de escravos, portanto, este artigo NÃO é uma apologia às drogas.

As ervas de poder, que menciono neste artigo, são determinadas misturas de ervas, utilizadas por Índios, Xamãs, curandeiros e místicos desde milênios atrás, com o propósito de realizar curas, sejam elas materiais ou espirituais, estas ervas tem como sua principal característica, o fato de não provocar dependência, tanto assim que são permitidas por lei, desde que sejam utilizadas em rituais religiosos e sob severa supervisão. Quero deixar bem claro, que a venda das mesmas é também é proibida. Estas ervas provocam um estado alterado de consciência, e a partir daí, dizem os místicos, poderemos alcançar dimensões jamais vistas por quem vive apenas no nosso mundo material.

Gosto de ver para crer, como todo grande discípulo de São Tomé, além disto, tenho uma vontade inata de buscar o divino, que infelizmente nunca encontrei. Motivo pelo qual me propus a experimentar algumas delas.


Quais são as Ervas de poder que e conheço?

Existem diversos tipos, Ayahuasca, Datura (estramônio), Peyote (Mescalito), São Pedro, outros Cactos e Cogumelos. Para não alongar muito, neste artigo, comentarei apenas a Ayahuasca e a Datura. Se houver interesse dos leitores, poderei comentar sobre as outras em artigos subseqüentes.

Ayahuasca

Também conhecido pelo nome de “Santo Daime”, é basicamente a mistura de duas plantas, a Chacrona, planta arbustiva que contém um elemento chamado dimetiltriptamina, que é o elemento responsável pelo estado de consciência alterada, também chamado de “Miração” pelos praticantes do Santo Daime. No entanto, a dimetiltriptamina quando ingerida pura, não faz efeito sozinha, porque é bloqueada pelo nosso organismo. Aí é que entra em cena o segundo componente que é um cipó chamado de Caapi, Ayubi, ou outros nomes, que neutraliza estas defesas, deixando a dimetiltriptamina agir. Esta mistura é preparada de forma ritual e submetida a um cozimento de horas de duração. Extrai-se então uma beberragem de cor amarronzada, gosto ligeiramente amargo e consistente.Largamente utilizada pelos índios da Amazônia, e por praticantes de um culto chamado “Santo Daime”, fundado por Raimundo Irineu Serra, também conhecido como Mestre Irineu.

(Veja sua história em http://www.santodaime.org/doutrina/oquee.htm)

A minha experiência com esta bebida deu-se anos atrás em Belém do Pará em uma cerimônia do Santo Daime. Convidado por um amigo, eu estava dividido entre o pavor e a vontade de conhecer algo novo. Lá fui eu, cujo pavor foi vencido pela curiosidade. A descrição do ritual necessita de mais um artigo, talvez até um livro só para falar dele, as pessoas entoam cânticos, dançando todas juntas em um passo, que por si só já me levaria ao enlevo e a alteração de consciência. O que me espantou foi que, mesmo crianças bebem do Santo Daime.


Ao experimentar a bebida, a princípio achei que era tremenda conversa fiada, e conversei normalmente com as pessoas que estavam do meu lado, ao mesmo tempo, estava acompanhando os demais naqueles passos de dança. Após mais ou menos umas 2 horas, meu estomago começou a se revoltar, e vomitei profusamente uma massa preta, horrível. Após a experiência, conversei com meu amigo, que me falou da massa preta que vomitei, segundo ele, faz parte de uma limpeza física que a Ayahuasca faz no organismo.
Desdenhei a Ayahuasca, dizendo que não senti absolutamente nada e que estava conversando normalmente com algumas pessoas que estavam do meu lado. Ao que meu amigo rindo responde: - Cara, não tinha ninguém do seu lado, você estava sozinho em um canto separado, apenas com um amparador, pois você não pertencia ao grupo.
Alucinação ? Conversa com espíritos ? Deixo as conclusões ao leitor.

Datura:
Mais conhecida como “Erva do Bruxo”, comentada por Carlos Castañeda em seu livro “A Erva do Diabo”, é uma flor que existe muito por aí. Dela são extraídas suas folhas e fervidas em um caldeirão. No livro “A erva do diabo” de Carlos Castañeda, foram suas raízes que foram utilizadas na infusão.
Aqui no Brasil, é usado também em rituais de Bruxaria. Minha experiência com esta beberragem foi muito ruim. Após ingerir um líquido esbranquiçado, ralo e sem gosto nenhum, imediatamente secou toda a minha boca e atingiu o que tenho de pior, ou seja, minha ansiedade, que foi tão exacerbada, que fiquei horas andando em círculos, numa procura incessante por água, sem porém nunca achá-la, embora a mesma estivesse na minha frente, uma angústia inesquecível. Todos os meus sentidos ficaram suspensos, as feições das pessoas estavam borradas, e minha noção de espaço ficava extremamente alterada, ou seja, não tinha chão, e nem paredes, pois eu sempre achava que elas ficavam uns 30 cm mais a frente de onde realmente estavam. Seu efeito é cumulativo, pois durante uma semana eu fechava os olhos e ficava vendo padrões parecidos com aqueles desenhados em cerâmica Marajoara, efeito diferente da Ayahuasca, que após o vômito cessa imediatamente o efeito. Fiquei plenamente consciente de tudo o que estava acontecendo o que prolongou meu sofrimento. Não tive nenhuma alucinação.
Segundo alguns Mestres em Xamanismo, a Datura é a Erva do Bruxo, onde só os naturalmente bruxos têm experiências dignas de nota, vêem deuses, etc.
Definitivamente não sou Bruxo.
Posteriormente, conversando com um velhinho 33, um dos meus grandes gurus, eu soube do risco desta minha experiência. Para que as pessoas usem antes a Datura, os amparadores, ou os líderes ritualísticos, têm que ter bastante conhecimento e serem realmente mestres na sua religião ou seita, pois corri sério risco de ter agravada a minha ansiedade, além de ter iniciado outros distúrbios que porventura estivessem latentes.
É o risco para quem vive em constante experimentação.Existem muitos charlatões por aí, principalmente na Internet, portanto, se o leitor quiser ter alguma experiência deste tipo, sugiro ler bastante, se informar muito a respeito, ou procurar o Santo Daime, pois lá eles sabem como lidar e tomar conta de você. Procurem checar e re-checar a idoneidade dos locais, através de pessoas que já freqüentaram, ou fontes consideradas fidedignas.
Para ser politicamente correto, vou repetir as frases abaixo, infelizmente não tenho fundo azul com letras brancas, para reproduzir:
“Nunca tente isto em casa...blá.....blá....blá....”

“A literatura médica desaconselha o uso destas beberragens por pessoas com distúrbios mentais, ansiosas, deprimidas, ou com algum tipo de psicose ou Esquisofrenia.”
Uma boa leitura, para os que porventura estiverem interessados em conhecer mais deste assunto, recomendo como livro inicial “A Erva do Diabo” de Carlos Catañeda.

Lembrem-se:

"Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela."

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Gengis Khan

O Império Mongol, foi considerado um dos maiores impérios da história. Teve seu ápice, quando foi liderado por uma personalidade digna de nota, que chamava-se Gengis Khan. Na realidade, Gengis Khan nasceu com o nome de Temudjin. Seu nascimento é cercado de diversas lendas xamânicas, uma delas fala sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a terra.Temudjin nasceu em 1162 em uma aldeia nas margens de um rio chamado Onon na região que hoje é conhecida como Mongólia. Seu pai chamava-se Yesugei, era um líder do Clã Bojigin, figura respeitadíssima entre os líderes mongóis. Nesta época, os Mongóis eram cavaleiros exímios e eram divididos em diversas tribos que aglutinavam um Clã, e as vezes um Clã englobava diversas tribos. Essas tribos de guerreiros possuíam seus “Cãs”, que eram seus líderes, que chegavam á sua posição de forma violenta, através de assassinatos ou lutas.O pai de Temudjin foi envenenado por membros da tribo dos Tártaros. Neste período, Temudjin tinha mais ou menos uns 10 anos de idade, e por pertencer á família do líder perdedor, ele foi abandonado á sua própria sorte juntamente com sua família, indo viver nas estepes inóspitas daquela região, sem seus bens, que eram gado, e principalmente cavalos, pois, na época, o cavalo fazia parte integrante da cultura Mongol. Um mongol, dizia-se, tinha tanta afinidade com o seu cavalo, que consideravam parte do seu próprio corpo.Yesugei, seu pai, era muito estimado pelas tribos vizinhas, elas doavam víveres e ajudaram Temudjin a crescer e treinar para ser um guerreiro, principalmente como arqueiro montado.Os mongóis tinham uma habilidade especial. Durante as batalhas, em pleno galope, em cima de seu cavalo, um arqueiro, virava todo o corpo para trás, montando ao contrário, e atirando flechas após passar a carga da cavalaria, quando o inimigo menos esperava. O Arco Mongol tinha um alcance de 500 metros, com uma incrível precisão que deixava os inimigos totalmente perdidos.Com o tempo, graças às suas habilidades de liderança, herdadas pelo pai, Temudjin se fez chefe de diversas tribos, e assumiu o nome de Gengis Khan, cuja tradução seria algo como “Supremo Líder”, ou “Cã dos Cãs”. Empreendeu uma campanha contra a tribo Merkit, que teria raptado sua noiva Boerte. Gengis Khan teria atacado os guerreiros Merkit um a um e derrotado todo o clã. Tomou Boerte de volta, e ao seu lado viveria até o fim.Por volta de 1205, Gengis Khan, depois de ter pacificado as tribos que lutavam entre si, e com seu prestígio em alta, Gengis Khan unificou os Mongóis, criando um estado Mongol, e um exército poderoso, que o permitiu então, partir para suas conquistas. Um gênio militar, Khan usava a sua cavalaria de forma inédita.A cavalaria era usada como ponta de lança nos ataques, protegendo a infantaria, da mesma forma como os tanques foram utilizados na segunda guerra mundial, pelo General George Patton, um estudioso da história dos Mongóis. Foi criador da estratégia de cerco a fortificações partindo das campinas. Séculos mais tarde, Mao-Tsé-Tung utilizou este mesmo princípio para dominar a China.Depois de unificar toda a Região da Mongólia, Gengis Khan invadiu a China, atravessando a até então inexpugnável Grande Muralha da China, e tomando Pequim. Não satisfeito, invadiu diversos países Muçulmanos. Seu império começava no Cáucaso, passando pelo Rio Indo, Pequim e Mar Cáspio.O seu ocaso começou, quando ele teve que voltar às estepes Mongóis, para conter uma revolta do líder de tribo chamado HsiHsia. Após vencer o revoltoso, Gengis Khan foi acometido de uma febre alta e veio a falecer.Dizem algumas estórias locais que todos os guerreiros e construtores de tumbas envolvidos no enterro de Gengis Khan foram mortos para manter em segredo o local onde ele foi enterrado. E esse local realmente jamais foi encontrado.Antes de sua morte Gengis Khan nomeou seu filho, chamado Ogedei, e deu-lhe a missão de expandir ao máximo o território já conquistado pelo seu pai, que chegou até a Hungria. Ogedei não tinha o mesmo tino de liderança do pai, e dividiu o território entre seus filhos, que também não tinham a mesma capacidade de Gengis Khan. Estes impérios tiveram curta duração.Hoje em dia, Gengis Khan é considerado o pai do país chamado de Mongólia, e os mongóis o cultuam, quase como um Deus.Existem diversos bons livros que falam de Gengis Khan, mas eu indico o livro “Gengis Khan” de Michel Hoang.