domingo, 29 de novembro de 2009

O Mago


O primeiro arcano do tarot é o Mago. Muitos especialistas dizem que o mago é o “dono” do Tarot, por isto recomendam guardar as cartas sempre com O Mago sendo a primeira carta, em cima. É representado por um garoto, talvez adolescente. Tendo em vista que terá um longo caminho a percorrer, está refletindo, como iniciará a jornada. Na maioria das representações, está em frente a uma mesa, e sobre sua cabeça está um chapéu estilizado, que muitos dizem que é o símbolo do infinito. Em algumas representações, existe, ao invés de um chapéu, o próprio símbolo do infinito, que representa as inúmeras possibilidades e oportunidades que tem à sua frente. Como cada carta tem uma letra hebraica correspondente, o mago têm a letra Aleph.

Na cabala, Esta letra foi retirada do simbolismo do "boi" e o seu desenho parece uma cabeça de boi com chifres, (estilizado, claro). Esta letra não tem som.

Segundo a Academia de Cabala: “O alfabeto hebraico é o único a começar por um silêncio, Aleph é a representação do equilíbrio perfeito. Mesmo que o Aleph seja audível, o Sêfer Bahir diz que "a orelha é feita à imagem do Aleph, ele é o essencial dos dez comandos". Esta letra significa os mundos de antes e de após a criação, as palavras unidade (Echad) e amor (Ahavá) começam pela letra Aleph, que representa a permanência da unicidade. A tradução da palavra "eu" em hebraico é "ani", já "você" – ou seja, o outro – é "atá". Ambas as palavras se iniciam com a letra Aleph quando escritas em hebraico. Isso quer dizer que você e eu somos um, ligados à mesma origem, se bem que diferentes no aspecto. Aleph é o ponto de partida de tudo."

Em algumas representações, como no Tarot de Oswald Wirth, a letra aparece na carta, mas na representação acima, do Tarot de Marselha, normalmente não aparece.

Na mesa à sua frente, podemos ver alguns objetos, que representam nossas escolhas no nosso dia a dia, dos quais podemos destacar:

Um copo: Representa as emoções, o amor, o ódio, etc.
Um punhal: Representa a luta e nossa vontade de conquistar, a energia sexual.
As Moedas: O nosso lado material.
Os dados: Representam o imponderável, aquilo que não podemos controlar.
Em algumas representações há um pergaminho com a imagem de um pentagrama que representa nossa inteligência.

Está pedindo ajuda do alto para ajudá-lo na caminhada que se inicia, por isto está levantando um bastão, que representa a vontade e a sabedoria, captando energia superior e encaminhando-a para baixo, com a outra mão.

Costumamos ver muito esta posição durante a dança dos Dervixes. Os Dervixes são monges muçulmanos, que normalmente vivem de forma nômade e de abnegação, inclusive jurando votos de pobreza, castidade e humildade. Eles costumam se reunir em rituais de dança chamadas Sema ou Samá, que fazem parte da tradição Sufi (mais informações leiam “O Profeta” de Khalil Gibran). Só quem já viu, como eu, pode descrever o quão sagrado é este ritual. Os dervixes entram em transe e executam danças giratórias durante horas, sem aparentar nenhuma tontura, com uma das mãos para cima e outra para baixo, fazendo o mesmo papel do Mago do Tarot. Recomenda que vejam este espetáculo que, para eles simboliza a conquista do equilíbrio mental, vitória sobre nossas vaidades, e uma comunhão sem igual com o nosso planeta e a natureza, consequentemente encontrando o auto-conhecimento. Infelizmente estão abrindo demais a visita de turistas para estes rituais, o que, em minha opinião, com o tempo pode virar uma pantomima para agradar turistas..



Os jogadores de Tarot dizem que, quando aparece O mago, é extremamente difícil interpretá-lo, na maioria das vezes interpretam que o consulente está em uma fase inicial de um caminho que precisa escolher como irá realizar esta caminhada. Normalmente um consulente quando vai a uma consulta de Tarot (as vezes paga caro por isto) quer uma definição, quer respostas imediatas, trazendo dificuldades ao jogador de Tarot. Normalmente o jogador compõe com as outras cartas já tiradas para atender ao consulente.

Infelizmente a grande maioria das pessoas interpretam o Tarot como sendo um jogo divinatório, distorcendo as mensagens que cada arcano traz.

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

O louco


Dizem que sou louco.
Por pensar assim.
Se sou muito louco.
Por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz!
E não é feliz!
Não é feliz.............
Assim dizia Rita Lee em sua “Balada do Louco”.

O que é loucura ?
Sou eu o louco, ou o resto é que é louco?

Esta é a principal pergunta que este arcano faz quando aparece em nossos jogos. Já começa pela sua principal diferença: nos outros arcanos há um número na parte superior, mas não no louco. Louco é diferente. Muitos procuram atribuir-lhe o valor 0 ou 22 em mais uma tentativa de racionalizar a loucura.

Vamos tentar ler a figura acima, representada no Tarot de marselha. Vemos uma pessoa, um homem que caminha com um bastão na mão direita. A posição dele é uma proeza de contorsionismo, pois está de costas, mas seu rosto, bem visível, aparece meio que de esguelha, com uma pálida face, e uma barba um pouco embaçada. Em cima do ombro direito leva uma vara como uma pequena trouxa, que dá idéia de que está se mudando, ou andando sem rumo, ou também uma idéia de largar tudo para trás e sumir. Coisa que muita gente quando está de saco cheio com as coisas fica “louca” para fazer.

Ele, o louco, está vestido como um bobo da corte medieval. O interessante é que sua calça está rasgada por um animal meio indescritível, parece um cachorro, mas muita gente atribui outro animal. Caminha sobre um solo cheio de altos e baixos de onde nascem cinco plantinhas. A cabeça está coberta por um gorro meio esquisito, que desce até a nuca e lhe cobre as orelhas; esta estranha touca se confunde com o seu cabelo. Veste uma jaqueta, presa por um cinto amarelo; seus pés estão cobertos por calçados vermelhos.

Não existe um consenso entre os que se dizem entendidos e os que jogam o Tarot, os significados são os mais diversos. Vou fazer um resumo em uma palavra só. Representa o libertador “foda-se”.

Se eu pudesse criar meu próprio Tarot, eu o representaria por uma figura folclórica lá da Petrópolis dos anos 60, onde nasci e cresci. Havia um personagem folclórico, um senhor de idade já avançada, que vivia perambulando pelas ruas da cidade. As crianças quando o avistavam gritavam:

- O INSS vai acabar !!!!!!!!

Era ouvir a frase, e o senhor calmo e afável se transformava, começava a gritar impropérios, xingando e ameaçando todas as pessoas que passavam, com uma ira tal, que por diversas vezes pensava-se que ia enfartar. Após um determinado tempo, instantaneamente ele esquecia tudo e voltava a ser o senhor afável que sempre foi, mas bastava alguém gritar a frase novamente e começavam os xingamentos e o senhor metamorfoseava-se como se fosse um Hulk da vida real. Tentei por diversas vezes conhecer a história deste personagem, mas as estórias eram tantas, com tantas versões que não vi credibilidade em nenhuma delas. Mudei de cidade, e nunca mais ouvi falar do “velho do INSS”.

Outra figura interessante era o Bem-te-vi. Também era um senhor circunspecto, que ao ouvir pessoas assobiando imitando a ave, modificava totalmente e ficava vociferando palavrões por um momento, e depois voltava a ser o senhor circunspecto de antes.

Existia o “Fecha a porta” era um senhor que vivia conduzindo umas charretes de aluguel, que ficavam em frente ao Museu Imperial para levar turistas a um passeio pela cidade. Não sei por que motivo, mas quando passava pelo meu bairro a garotada gritava:

“Fecha a porta Capivara”!!!

E o senhor saia dando chicotadas para todos os lados tentando atingir a molecada, que não tinha nada para fazer.

Todos nós temos algumas chaves que disparam certos processos, sejam eles os famosos calos, ou outros fatores, tais como a famosa “Gota D´agua”. Newton Bonder, em seu livro, a Cabala da Comida, do Dinheiro e da Inveja, nos diz que o ser humano se faz conhecer por três fatores, pelo bolso, pelo copo e pela ira. Através destes três fatores o ser humano por mais que tente esconder, acaba mostrando o seu verdadeiro lado, quando bebe, quando fica com raiva, quando fica rico, ou detém algum poder.

Cuidado pessoal, não se pode confundir: Louco não é bobo nem é burro.
Os loucos são felizes, não há nada mais feliz do que a insanidade, mas isto é papo cabeça para uma mesa de bar, depois da segunda garrafa de vinho. Adoro isto.

Cada um com a sua loucura.
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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

1 - As Origens do tarot.

Começarei aqui, uma série de artigos onde procurarei explicar as origens do Tarot, que, além de jogo de adivinhação, está intrinsecamente ligado ao nosso jogo do baralho atual.

As origens do Tarot também são envoltas no mais brumoso mistério. Existem diversos autores com diversas teorias, mas nunca algo palpável cientificamente, infelizmente.

Um grande irmão, ao qual tenho muito apreço e respeito muito suas idéias, diz que quase tudo que conhecemos originou-se do Egito, para ele a Maçonaria e todas as ordens iniciáticas que conhecemos tem sua origem, ou inspirou-se nesta grande civilização, assim como o Tarot. Ele afirma categoricamente que o Tarot original tinha sido escrito em folhas de ouro num templo em Mênphis.

No entanto existem diversos teóricos que dão como origem a China e a Índia e que as cartas foram trazidas pelos ciganos para a Europa, está aí um grande assunto para pessoas, que como eu, gostam de estudar o oculto.Segundo este mesmo irmão (o que diz que tudo vem do Egito); o nome “Gipsy” dado aos ciganos por algumas línguas, é uma corruptela de “Egipcio”, pois segundo ele, os ciganos também são originários do Egito, mas isto é assunto que fica para outra oportunidade.

Os grandes divulgadores do Tarot na Europa, foram os Cruzados, mais específicamente, os Cavaleiros Templários, que baseado em seus estudos, tinham grande conhecimento do significado hermético das figuras, e que as utilizavam como ferramenta de auto-conhecimento. Um grande estudioso Templário afirmava que os símbolos do Tarot eram a chave do conhecimento que foi perdido durante os incêndios e saques da Biblioteca de Alexandria.

Nas cartas do Tarot existem símbolos que, representam segredos da chave da natureza humana e que influenciaram, ou sofreram influencia das religiões gregas, filosofias árabes, Indianas, e até mesmo a Cabala Judaica.

Existem diversas versões, dentre as quais posso destacar, o Tarot de Oswald Wirth, o próprio Aleister Crowley, o Tarô Cigano, e milhares (sim amigos, milhares) de outras versões espalhadas por aí, por aqueles que se intitulam os “Gurus” do momento. Pessoalmente, como fonte de estudo, gosto do Tarot de Marselha Original, e de Oswald Wirth, que além de relacionamento com a Cabala, possuem os desenhos parecidos na medida do possível com os originais.

O Tarot de Marselha surgiu no final do século XVI, obtendo muito sucesso, especialmente aqueles que eram pintados a por grandes artistas. Estes jogos eram de propriedade das famílias mais ilustres da Europa, principalmente na Itália, berço dos grandes incentivadores da arte como os Sforza, os Bórgia, e vários outros. Esta versão de Tarot, teve uma grande influência sobre muitos jogos que surgiram nos finais do séc. XVIII e início do séc. XIX, época especialmente apaixonada pelo oculto na qual se deu um grande incremento.

Segundo Maria Helena Martins, “o Tarot adquiriu uma forma mais manuseável e mais sólida quando B.P. GRIMAUD lhe fez algumas alterações, sem alterar as suas qualidades intrínsecas. Os cantos tornaram-se mais redondos e as cores mais vivas passando a haver um claro predomínio do AZUL e do VERMELHO. Paul MARTEAU, o grande mestre das cartas em França, traduziu em 1930, com grande rigor, toda a simbologia do TAROT de MARSELHA e fixou as tonalidades definitivas das cores que permanecem até hoje.”

Sobre as cartas de jogar, autores afirmam que tiveram inicio através do Tarot dos Sarracenos que migravam para a Espanha, e lá, passaram a se chamar “Naib”, que posteriormente se transformou em “Naipe”, como conhecemos hoje, embora outros digam que tenha surgido da palavra Flamenga “Knaep” que significava “papel”. Existem também, outros vestígios de que o seu uso como carta de jogar, também difundiu-se na França.O Tarot, basicamente é Dividido em duas seções, as 22 cartas dos arcanos maiores, que segundo aquele meu irmão, representam os líderes temporais e espirituais do Egito antigo. As outras cinqüenta, que são os arcanos menores, divididos em 4 naipes, representam as quatro classes da sociedade do Egito Antigo, que ficavam assim representadas.

Espadas: Classe guerreira;
Copas: A Classe sacerdotal;Paus:
Os Agricultores;
Ouros: Os Comerciantes.

Dizem também que jogo de xadrez contribuiu fortemente para que o Tarot, de cartas divinatórias se transformassem no baralho que conhecemos hoje, se não levarmos em conta a torre e o cavalo. Se olharmos para as cartas veremos que, com exceção das torres, há o Rei a Rainha, dois Valetes e os números de cartas equivalentes ao dos peões. Acredita-se que o uso das quatro cores, assim como de Moedas, Taças, Espadas e Paus tenha surgido no século XIV, pelo costume da época de se jogar xadrez a quatro pessoas.No Museu de Paris, encontra-se o jogo de cartas mais antigo que se conhece, que foi utilizado por Carlos VI de França. Pensa-se que tenha sido encomendado a Jacques Gringonneur que era astrólogo e cabalista.

Durante muito tempo pensava-se que pertenciam a este baralho dezessete cartas pintadas sobre velino debruadas a ouro e pintadas a prata, lápis – lazúli e com um pigmento vermelho escuro denominado como (pó de múmia). Atualmente, acredita-se que são italianas e de manufactura mais tardia.Um dos mais belos jogos de cartas pertenceu a Duce Filippo Maria Viscont e data de 1392, pelo qual pagou mil e quinhentos florins de ouro ao seu secretário, o sábio e pintor Marziano da Tortona.

Existem ainda hoje sessenta e sete cartas originais deste jogo muito antigo.Com o passar do tempo, a apresentação dos emblemas e dos desenhos das cartas alterou-se. Desde que se começou a jogar, o baralho foi composto por vinte e duas cartas, e quatro séries de cores, cada uma delas contendo quatorze cartas.

Na minha humilde opinião, o Tarot não passa de uma grande quantidade de símbolos herméticos, que de alguma forma, se coadunam com a psicologia humana, principalmente se estudarmos Jung e a Cabala. Se olharmos para as imagens do Tarot e conhecermos cada um dos seus arcanos, podemos ver nitidamente as mais diversas nuances do que Jung afirma como sendo nossos arquétipos. Se olharmos pelo ponto de vista histórico, poderemos desvendar muitos dos aspectos ocultos da humanidade, e mensagens que os antigos nos deixaram. Quanto a seu poder divinatório, sinto muito, não creio.

O que creio é que, segundo Jung, o Inconsciente coletivo trabalha sempre para nos levar à algum destino, que talvez possa até ser avisado nos arcanos como tendências, assunto complexo, que fica para outro artigo.

De qualquer forma, o Tarot não tem o poder de influenciar os acontecimentos.Somos inteiramente responsáveis pelas nossas decisões, nunca devemos esquecer de que toda a ação leva a uma reação.

Nos próximos artigos, falarei de cada um dos arcanos, começando com “O Louco”.

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Brevemente: "O Enigma de Sagres"

Aylton do Amaral
http://www.ayltondoamaral.com/

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

As Ervas de Poder

Relutei muito em publicar este artigo. A razão principal foi por temor de ser mal interpretado, principalmente no Brasil, onde, em minha opinião, os últimos tempos tem se caracterizado por censura velada e hipocrisia.

Não me considero um místico, no sentido de que um místico crê na existência de certas dimensões ou de criaturas intangíveis. Não quero de forma nenhuma entrar no mérito da existência ou não destes paraísos, nirvanas, planos espirituais, Valhallas, ou qualquer outro ser ou lugar que a literatura mística afirma que existe. Tenho uma definição própria de mim mesmo como uma pessoa em eterna experimentação, pois vivo testando de tudo. Quem sabe um dia eu chego à conclusão de que isto tudo seja uma tremenda bobagem, ou então, para júbilo dos crentes, seja a mais pura verdade.

Me baseio na afirmação de que “Yo no creo em brujas pero que han...” ou seja, eu não creio em bruxas, mas que elas existem, existem. Gosto muito de estudar o assunto, por razões que não sei ou não quero explicar. Talvez, no íntimo eu queira mesmo acreditar que tais coisas existem, mas até agora não obtive nenhuma prova, razão de minha eterna busca. Às vezes me dou bem, às vezes quebro a cara, mas sempre vejo como parte de meu aprendizado.

Normalmente, um místico procura ter contato com estas dimensões ou seres, através de diversas técnicas, sejam elas meditação, seja com o uso da chamada mediunidade, ou seja utilizando-se de coadjuvantes químicos para auxiliar neste contato e até mesmo se suicidando, como no caso de uma seita que, anos atrás todos os seus membros resolveram se suicidar com o intuito de se encontrar com seres extra terrestres que viviam em um plano divino, cuja nave estaria se aproximando de nosso planeta, cada louco com sua respeitável loucura.

Neste artigo vou abordar algumas técnicas muito antigas de encontro com o divino através do uso de certos vegetais.

Não estou falando destas drogas que conhecemos por aí, tipo maconha, cocaína, LSD e outros lixos, que conseguem apenas nos trazer sensações benignas de poderes artificiais e tem como principal sentido, nos escravizar e nos controlar para sempre, além de abastecer a criminalidade, a corrupção e quase todas as mazelas modernas de nossa sociedade, com dinheiro imundo vindo da mão de escravos, portanto, este artigo NÃO é uma apologia às drogas.

As ervas de poder, que menciono neste artigo, são determinadas misturas de ervas, utilizadas por Índios, Xamãs, curandeiros e místicos desde milênios atrás, com o propósito de realizar curas, sejam elas materiais ou espirituais, estas ervas tem como sua principal característica, o fato de não provocar dependência, tanto assim que são permitidas por lei, desde que sejam utilizadas em rituais religiosos e sob severa supervisão. Quero deixar bem claro, que a venda das mesmas é também é proibida. Estas ervas provocam um estado alterado de consciência, e a partir daí, dizem os místicos, poderemos alcançar dimensões jamais vistas por quem vive apenas no nosso mundo material.

Gosto de ver para crer, como todo grande discípulo de São Tomé, além disto, tenho uma vontade inata de buscar o divino, que infelizmente nunca encontrei. Motivo pelo qual me propus a experimentar algumas delas.


Quais são as Ervas de poder que e conheço?

Existem diversos tipos, Ayahuasca, Datura (estramônio), Peyote (Mescalito), São Pedro, outros Cactos e Cogumelos. Para não alongar muito, neste artigo, comentarei apenas a Ayahuasca e a Datura. Se houver interesse dos leitores, poderei comentar sobre as outras em artigos subseqüentes.

Ayahuasca

Também conhecido pelo nome de “Santo Daime”, é basicamente a mistura de duas plantas, a Chacrona, planta arbustiva que contém um elemento chamado dimetiltriptamina, que é o elemento responsável pelo estado de consciência alterada, também chamado de “Miração” pelos praticantes do Santo Daime. No entanto, a dimetiltriptamina quando ingerida pura, não faz efeito sozinha, porque é bloqueada pelo nosso organismo. Aí é que entra em cena o segundo componente que é um cipó chamado de Caapi, Ayubi, ou outros nomes, que neutraliza estas defesas, deixando a dimetiltriptamina agir. Esta mistura é preparada de forma ritual e submetida a um cozimento de horas de duração. Extrai-se então uma beberragem de cor amarronzada, gosto ligeiramente amargo e consistente.Largamente utilizada pelos índios da Amazônia, e por praticantes de um culto chamado “Santo Daime”, fundado por Raimundo Irineu Serra, também conhecido como Mestre Irineu.

(Veja sua história em http://www.santodaime.org/doutrina/oquee.htm)

A minha experiência com esta bebida deu-se anos atrás em Belém do Pará em uma cerimônia do Santo Daime. Convidado por um amigo, eu estava dividido entre o pavor e a vontade de conhecer algo novo. Lá fui eu, cujo pavor foi vencido pela curiosidade. A descrição do ritual necessita de mais um artigo, talvez até um livro só para falar dele, as pessoas entoam cânticos, dançando todas juntas em um passo, que por si só já me levaria ao enlevo e a alteração de consciência. O que me espantou foi que, mesmo crianças bebem do Santo Daime.


Ao experimentar a bebida, a princípio achei que era tremenda conversa fiada, e conversei normalmente com as pessoas que estavam do meu lado, ao mesmo tempo, estava acompanhando os demais naqueles passos de dança. Após mais ou menos umas 2 horas, meu estomago começou a se revoltar, e vomitei profusamente uma massa preta, horrível. Após a experiência, conversei com meu amigo, que me falou da massa preta que vomitei, segundo ele, faz parte de uma limpeza física que a Ayahuasca faz no organismo.
Desdenhei a Ayahuasca, dizendo que não senti absolutamente nada e que estava conversando normalmente com algumas pessoas que estavam do meu lado. Ao que meu amigo rindo responde: - Cara, não tinha ninguém do seu lado, você estava sozinho em um canto separado, apenas com um amparador, pois você não pertencia ao grupo.
Alucinação ? Conversa com espíritos ? Deixo as conclusões ao leitor.

Datura:
Mais conhecida como “Erva do Bruxo”, comentada por Carlos Castañeda em seu livro “A Erva do Diabo”, é uma flor que existe muito por aí. Dela são extraídas suas folhas e fervidas em um caldeirão. No livro “A erva do diabo” de Carlos Castañeda, foram suas raízes que foram utilizadas na infusão.
Aqui no Brasil, é usado também em rituais de Bruxaria. Minha experiência com esta beberragem foi muito ruim. Após ingerir um líquido esbranquiçado, ralo e sem gosto nenhum, imediatamente secou toda a minha boca e atingiu o que tenho de pior, ou seja, minha ansiedade, que foi tão exacerbada, que fiquei horas andando em círculos, numa procura incessante por água, sem porém nunca achá-la, embora a mesma estivesse na minha frente, uma angústia inesquecível. Todos os meus sentidos ficaram suspensos, as feições das pessoas estavam borradas, e minha noção de espaço ficava extremamente alterada, ou seja, não tinha chão, e nem paredes, pois eu sempre achava que elas ficavam uns 30 cm mais a frente de onde realmente estavam. Seu efeito é cumulativo, pois durante uma semana eu fechava os olhos e ficava vendo padrões parecidos com aqueles desenhados em cerâmica Marajoara, efeito diferente da Ayahuasca, que após o vômito cessa imediatamente o efeito. Fiquei plenamente consciente de tudo o que estava acontecendo o que prolongou meu sofrimento. Não tive nenhuma alucinação.
Segundo alguns Mestres em Xamanismo, a Datura é a Erva do Bruxo, onde só os naturalmente bruxos têm experiências dignas de nota, vêem deuses, etc.
Definitivamente não sou Bruxo.
Posteriormente, conversando com um velhinho 33, um dos meus grandes gurus, eu soube do risco desta minha experiência. Para que as pessoas usem antes a Datura, os amparadores, ou os líderes ritualísticos, têm que ter bastante conhecimento e serem realmente mestres na sua religião ou seita, pois corri sério risco de ter agravada a minha ansiedade, além de ter iniciado outros distúrbios que porventura estivessem latentes.
É o risco para quem vive em constante experimentação.Existem muitos charlatões por aí, principalmente na Internet, portanto, se o leitor quiser ter alguma experiência deste tipo, sugiro ler bastante, se informar muito a respeito, ou procurar o Santo Daime, pois lá eles sabem como lidar e tomar conta de você. Procurem checar e re-checar a idoneidade dos locais, através de pessoas que já freqüentaram, ou fontes consideradas fidedignas.
Para ser politicamente correto, vou repetir as frases abaixo, infelizmente não tenho fundo azul com letras brancas, para reproduzir:
“Nunca tente isto em casa...blá.....blá....blá....”

“A literatura médica desaconselha o uso destas beberragens por pessoas com distúrbios mentais, ansiosas, deprimidas, ou com algum tipo de psicose ou Esquisofrenia.”
Uma boa leitura, para os que porventura estiverem interessados em conhecer mais deste assunto, recomendo como livro inicial “A Erva do Diabo” de Carlos Catañeda.

Lembrem-se:

"Liberdade significa responsabilidade. É por isso que tanta gente tem medo dela."

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Gengis Khan

O Império Mongol, foi considerado um dos maiores impérios da história. Teve seu ápice, quando foi liderado por uma personalidade digna de nota, que chamava-se Gengis Khan. Na realidade, Gengis Khan nasceu com o nome de Temudjin. Seu nascimento é cercado de diversas lendas xamânicas, uma delas fala sobre a vinda de um lobo cinzento que devoraria toda a terra.Temudjin nasceu em 1162 em uma aldeia nas margens de um rio chamado Onon na região que hoje é conhecida como Mongólia. Seu pai chamava-se Yesugei, era um líder do Clã Bojigin, figura respeitadíssima entre os líderes mongóis. Nesta época, os Mongóis eram cavaleiros exímios e eram divididos em diversas tribos que aglutinavam um Clã, e as vezes um Clã englobava diversas tribos. Essas tribos de guerreiros possuíam seus “Cãs”, que eram seus líderes, que chegavam á sua posição de forma violenta, através de assassinatos ou lutas.O pai de Temudjin foi envenenado por membros da tribo dos Tártaros. Neste período, Temudjin tinha mais ou menos uns 10 anos de idade, e por pertencer á família do líder perdedor, ele foi abandonado á sua própria sorte juntamente com sua família, indo viver nas estepes inóspitas daquela região, sem seus bens, que eram gado, e principalmente cavalos, pois, na época, o cavalo fazia parte integrante da cultura Mongol. Um mongol, dizia-se, tinha tanta afinidade com o seu cavalo, que consideravam parte do seu próprio corpo.Yesugei, seu pai, era muito estimado pelas tribos vizinhas, elas doavam víveres e ajudaram Temudjin a crescer e treinar para ser um guerreiro, principalmente como arqueiro montado.Os mongóis tinham uma habilidade especial. Durante as batalhas, em pleno galope, em cima de seu cavalo, um arqueiro, virava todo o corpo para trás, montando ao contrário, e atirando flechas após passar a carga da cavalaria, quando o inimigo menos esperava. O Arco Mongol tinha um alcance de 500 metros, com uma incrível precisão que deixava os inimigos totalmente perdidos.Com o tempo, graças às suas habilidades de liderança, herdadas pelo pai, Temudjin se fez chefe de diversas tribos, e assumiu o nome de Gengis Khan, cuja tradução seria algo como “Supremo Líder”, ou “Cã dos Cãs”. Empreendeu uma campanha contra a tribo Merkit, que teria raptado sua noiva Boerte. Gengis Khan teria atacado os guerreiros Merkit um a um e derrotado todo o clã. Tomou Boerte de volta, e ao seu lado viveria até o fim.Por volta de 1205, Gengis Khan, depois de ter pacificado as tribos que lutavam entre si, e com seu prestígio em alta, Gengis Khan unificou os Mongóis, criando um estado Mongol, e um exército poderoso, que o permitiu então, partir para suas conquistas. Um gênio militar, Khan usava a sua cavalaria de forma inédita.A cavalaria era usada como ponta de lança nos ataques, protegendo a infantaria, da mesma forma como os tanques foram utilizados na segunda guerra mundial, pelo General George Patton, um estudioso da história dos Mongóis. Foi criador da estratégia de cerco a fortificações partindo das campinas. Séculos mais tarde, Mao-Tsé-Tung utilizou este mesmo princípio para dominar a China.Depois de unificar toda a Região da Mongólia, Gengis Khan invadiu a China, atravessando a até então inexpugnável Grande Muralha da China, e tomando Pequim. Não satisfeito, invadiu diversos países Muçulmanos. Seu império começava no Cáucaso, passando pelo Rio Indo, Pequim e Mar Cáspio.O seu ocaso começou, quando ele teve que voltar às estepes Mongóis, para conter uma revolta do líder de tribo chamado HsiHsia. Após vencer o revoltoso, Gengis Khan foi acometido de uma febre alta e veio a falecer.Dizem algumas estórias locais que todos os guerreiros e construtores de tumbas envolvidos no enterro de Gengis Khan foram mortos para manter em segredo o local onde ele foi enterrado. E esse local realmente jamais foi encontrado.Antes de sua morte Gengis Khan nomeou seu filho, chamado Ogedei, e deu-lhe a missão de expandir ao máximo o território já conquistado pelo seu pai, que chegou até a Hungria. Ogedei não tinha o mesmo tino de liderança do pai, e dividiu o território entre seus filhos, que também não tinham a mesma capacidade de Gengis Khan. Estes impérios tiveram curta duração.Hoje em dia, Gengis Khan é considerado o pai do país chamado de Mongólia, e os mongóis o cultuam, quase como um Deus.Existem diversos bons livros que falam de Gengis Khan, mas eu indico o livro “Gengis Khan” de Michel Hoang.