segunda-feira, 19 de outubro de 2009

1 - As Origens do tarot.

Começarei aqui, uma série de artigos onde procurarei explicar as origens do Tarot, que, além de jogo de adivinhação, está intrinsecamente ligado ao nosso jogo do baralho atual.

As origens do Tarot também são envoltas no mais brumoso mistério. Existem diversos autores com diversas teorias, mas nunca algo palpável cientificamente, infelizmente.

Um grande irmão, ao qual tenho muito apreço e respeito muito suas idéias, diz que quase tudo que conhecemos originou-se do Egito, para ele a Maçonaria e todas as ordens iniciáticas que conhecemos tem sua origem, ou inspirou-se nesta grande civilização, assim como o Tarot. Ele afirma categoricamente que o Tarot original tinha sido escrito em folhas de ouro num templo em Mênphis.

No entanto existem diversos teóricos que dão como origem a China e a Índia e que as cartas foram trazidas pelos ciganos para a Europa, está aí um grande assunto para pessoas, que como eu, gostam de estudar o oculto.Segundo este mesmo irmão (o que diz que tudo vem do Egito); o nome “Gipsy” dado aos ciganos por algumas línguas, é uma corruptela de “Egipcio”, pois segundo ele, os ciganos também são originários do Egito, mas isto é assunto que fica para outra oportunidade.

Os grandes divulgadores do Tarot na Europa, foram os Cruzados, mais específicamente, os Cavaleiros Templários, que baseado em seus estudos, tinham grande conhecimento do significado hermético das figuras, e que as utilizavam como ferramenta de auto-conhecimento. Um grande estudioso Templário afirmava que os símbolos do Tarot eram a chave do conhecimento que foi perdido durante os incêndios e saques da Biblioteca de Alexandria.

Nas cartas do Tarot existem símbolos que, representam segredos da chave da natureza humana e que influenciaram, ou sofreram influencia das religiões gregas, filosofias árabes, Indianas, e até mesmo a Cabala Judaica.

Existem diversas versões, dentre as quais posso destacar, o Tarot de Oswald Wirth, o próprio Aleister Crowley, o Tarô Cigano, e milhares (sim amigos, milhares) de outras versões espalhadas por aí, por aqueles que se intitulam os “Gurus” do momento. Pessoalmente, como fonte de estudo, gosto do Tarot de Marselha Original, e de Oswald Wirth, que além de relacionamento com a Cabala, possuem os desenhos parecidos na medida do possível com os originais.

O Tarot de Marselha surgiu no final do século XVI, obtendo muito sucesso, especialmente aqueles que eram pintados a por grandes artistas. Estes jogos eram de propriedade das famílias mais ilustres da Europa, principalmente na Itália, berço dos grandes incentivadores da arte como os Sforza, os Bórgia, e vários outros. Esta versão de Tarot, teve uma grande influência sobre muitos jogos que surgiram nos finais do séc. XVIII e início do séc. XIX, época especialmente apaixonada pelo oculto na qual se deu um grande incremento.

Segundo Maria Helena Martins, “o Tarot adquiriu uma forma mais manuseável e mais sólida quando B.P. GRIMAUD lhe fez algumas alterações, sem alterar as suas qualidades intrínsecas. Os cantos tornaram-se mais redondos e as cores mais vivas passando a haver um claro predomínio do AZUL e do VERMELHO. Paul MARTEAU, o grande mestre das cartas em França, traduziu em 1930, com grande rigor, toda a simbologia do TAROT de MARSELHA e fixou as tonalidades definitivas das cores que permanecem até hoje.”

Sobre as cartas de jogar, autores afirmam que tiveram inicio através do Tarot dos Sarracenos que migravam para a Espanha, e lá, passaram a se chamar “Naib”, que posteriormente se transformou em “Naipe”, como conhecemos hoje, embora outros digam que tenha surgido da palavra Flamenga “Knaep” que significava “papel”. Existem também, outros vestígios de que o seu uso como carta de jogar, também difundiu-se na França.O Tarot, basicamente é Dividido em duas seções, as 22 cartas dos arcanos maiores, que segundo aquele meu irmão, representam os líderes temporais e espirituais do Egito antigo. As outras cinqüenta, que são os arcanos menores, divididos em 4 naipes, representam as quatro classes da sociedade do Egito Antigo, que ficavam assim representadas.

Espadas: Classe guerreira;
Copas: A Classe sacerdotal;Paus:
Os Agricultores;
Ouros: Os Comerciantes.

Dizem também que jogo de xadrez contribuiu fortemente para que o Tarot, de cartas divinatórias se transformassem no baralho que conhecemos hoje, se não levarmos em conta a torre e o cavalo. Se olharmos para as cartas veremos que, com exceção das torres, há o Rei a Rainha, dois Valetes e os números de cartas equivalentes ao dos peões. Acredita-se que o uso das quatro cores, assim como de Moedas, Taças, Espadas e Paus tenha surgido no século XIV, pelo costume da época de se jogar xadrez a quatro pessoas.No Museu de Paris, encontra-se o jogo de cartas mais antigo que se conhece, que foi utilizado por Carlos VI de França. Pensa-se que tenha sido encomendado a Jacques Gringonneur que era astrólogo e cabalista.

Durante muito tempo pensava-se que pertenciam a este baralho dezessete cartas pintadas sobre velino debruadas a ouro e pintadas a prata, lápis – lazúli e com um pigmento vermelho escuro denominado como (pó de múmia). Atualmente, acredita-se que são italianas e de manufactura mais tardia.Um dos mais belos jogos de cartas pertenceu a Duce Filippo Maria Viscont e data de 1392, pelo qual pagou mil e quinhentos florins de ouro ao seu secretário, o sábio e pintor Marziano da Tortona.

Existem ainda hoje sessenta e sete cartas originais deste jogo muito antigo.Com o passar do tempo, a apresentação dos emblemas e dos desenhos das cartas alterou-se. Desde que se começou a jogar, o baralho foi composto por vinte e duas cartas, e quatro séries de cores, cada uma delas contendo quatorze cartas.

Na minha humilde opinião, o Tarot não passa de uma grande quantidade de símbolos herméticos, que de alguma forma, se coadunam com a psicologia humana, principalmente se estudarmos Jung e a Cabala. Se olharmos para as imagens do Tarot e conhecermos cada um dos seus arcanos, podemos ver nitidamente as mais diversas nuances do que Jung afirma como sendo nossos arquétipos. Se olharmos pelo ponto de vista histórico, poderemos desvendar muitos dos aspectos ocultos da humanidade, e mensagens que os antigos nos deixaram. Quanto a seu poder divinatório, sinto muito, não creio.

O que creio é que, segundo Jung, o Inconsciente coletivo trabalha sempre para nos levar à algum destino, que talvez possa até ser avisado nos arcanos como tendências, assunto complexo, que fica para outro artigo.

De qualquer forma, o Tarot não tem o poder de influenciar os acontecimentos.Somos inteiramente responsáveis pelas nossas decisões, nunca devemos esquecer de que toda a ação leva a uma reação.

Nos próximos artigos, falarei de cada um dos arcanos, começando com “O Louco”.

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Aylton do Amaral
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